Projeto Tocantins · Tô não tô

Lembra do Maconay?

Hoje, por curiosidade, resolvi pesquisar aqui no blog o que eu tinha postado nos 30 de abril de outros anos e me deparei com esse post aqui.

Três anos atrás, dia 30/04/2008 saiu uma matéria sobre o Maconay na Folha Online, dizendo que ele era o novo Jeremias. Naquele ano, o video do Maconay cantando “dirobiro dei”explodiu na rede, e eu ouvi relatos até de que tinha CDs dele sendo vendidos na Sta Ifigênia, em São Paulo! Fui inclusive procurada por um publicitário que queria levar um show do Maconay para a festa de fim de ano da firma!

O Maconay foi o assunto que rendeu o primeiro recorde de acesso ao meu Blog, que só foi superado nesse ano, com um post sobre o Dia Mundial da Água.

Já tinha ouvido relatos de pessoas que passaram recentemente por Palm Springs e me contaram que o Maconay continua o mesmo: sai à noite nas ruas da cidade cantando e tentando vender seu CD, nem sempre com muito sucesso.

Mas encontrei uns videos novos no Youtube que me trouxeram boas surpresas e me fizeram voltar no tempo.

Esse com o 1º show do Maconay em Palmeirópolis, em março de 2011

E cantando um pot-pourri com clássicos de festa americana anos 80

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O Psit

“Lá vem o Psit!”

É a senha. De bate-pronto, os mais vacinados colocam a mão sobre o copo, recolhem maços de cigarro e protegem seus pratos!

O Psit talvez seja a figura mais conhecida de Palm Springs. Ele anda pelo meio da rua, sem ligar muito que a calçada é logo ali. Sempre de roupas surradas e rasgadas, mas cada dia com uma roupa diferente. Não conversa, mas dá pra perceber que ele sempre sabe quando estão falando dele. Caminha com os pés descalços e sabe muito bem aonde ir nos determinados horários do dia.

Na hora do almoço, fica perto do restaurante de Palm Springs. Mas pela manhã ele já passou na padaria do supermercado Modelo e à noite sabe que canal é vagar pelos espetinhos e os bares. Ele fica na espreita e, quando menos se espera, avança na mesa de um incauto cliente em busca de um maço de cigarros, um copo de coca cola ou um pedaço de carne.

Tem gente que dá o que tem, só para que ele simplesmente saia dali. Só que o Psit sabe ser esperto quando quer e escolhe direitinho seu alvo. Ele já gravou quem tem cigarro e já vai direto pras mesas-chave.

É capaz de fumar um maço inteiro em menos de meia-hora, se tiver alguém para fornecer. Coloca o cigarro na boca e dá várias tragadas seguidas, sem se importar com a cinza acumulada na ponta, até que o último milímetro seja fumado.

Nas horas de folga, ele vaga pela rua sem destino, mordendo a parte gorda da mão e soltando grunhidos indecifráveis.

Cidade pequena é igual em tudo quanto é lugar, inclusive as das novelas. Quem não se lembra do Jamanta, Tonho da Lua, Emanuel? O Psit é o personagem doidinho de Palm Springs.

O Psit é daqueles de quem os adultos de afastam e as crianças têm medo.

Ele já fez um tratamento em Anápolis, patrocinado pela prefeitura, alguns mandatos atrás. Dizem que depois de internações e remédios fortíssimos ele chegou ao ponto de travar uma conversação com o motorista que o trouxe de volta. Chegou até a trabalhar. Mas aí não teve continuidade e voltou à estaca zero.

Reza a lenda que um dia algumas damas da sociedade, incluindo uma certa primeira-dama de então, resolveram fazer uma faxina no Psit. Levaram ele lá pro Apertado da Hora para um banho completo. Acontece que se encantaram com o tamanho do documento do rapaz, não resistiram e… ui, prefiro nem imaginar essa cena…

Psit com o documento à mostra, para desespero da Cláudia!
Outra mania do Psit é andar com os documentos à mostra (clique na imagem se tiver coragem)
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Das tradições tocantinenses…

Curioso. Sexta-feira achei que tinha algo errado quando cheguei em casa no fim de tarde e na casa vizinha havia pelo menos dez bicicletas estacionadas. E pelo menos duas motos.

Entrei em casa e aqui fiquei. Deu pra perceber que o vizinho improvisou uma varanda na lateral da casa, com bambus e lona. Pelo muro deu pra ouvir que muitas pessoas conversavam, bebiam e até riam.

Umas três horas depois, quando fomos sair de casa para jantar, já estava escuro e levamos um susto: pelo menos uns 15 carros já tinham estacionado na rua e o número de bicicletas já havia triplicado!

Algumas pessoas conversavam descontraídas na frente da casa.

Em mais de um ano morando aqui na rua, jamais tinha registrado tamanho movimento! Mas logo foi possível deduzir uma coisa:

Se não é festa é velório.

Quando fomos sair de carro, lamentando que assim perderíamos nossa vaga, fiz questão de passar em frente à casa pra satisfazer a curiosidade. Posicionada na calçada da casa vizinha, uma placa iluminada dizia:

Funerária Santa Luzia – Luto em Família
Favor fazer silêncio.

É o famoso “beber o morto”. Como a cidade é pequena, todo mundo tem algum tipo de relação com alguém que conhece alguém que é parente do morto. Assim, velórios viram acontecimentos!

Isso sem contar o famoso carro de som:
É com pesar que a família de Saturnino de Brito comunica seu falecimento. O enterro será neste sábado às 11 horas da manhã

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Visita do Loro José

Hoje acordamos com uma criatura gritando no nosso ouvido, parecia vir do vizinho. Parecia que gritava “manhê”, ou “olhalá”, e tinha horas que parecia um bebezinho conversando ou chorando…

Levamos o dia inteiro nos incomodando com esse barulho, querendo jogar pedra no vizinho, até que começamos a achar que o som estava ficando cada vez mais alto!

Então, fui investigar e descobri essa agradável visita andando pela pia (sim, aquela pia que fica na rua!):
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E ele passou o dia inteiro zanzando pelo nosso quintal, atrapalhando nosso descanso… No início fiquei com medo de assustá-lo, mas foi só dar a mão que ele veio todo faceiro! Mas aí veio a preocupação:

O que fazer com ele??

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Logo percebemos que cada vez que o bichinho “falava” o vizinho respondia alguma coisa.  Então devolvemos:  “está aqui”, aahaa e o vizinho veio buscar o papagaio. E ainda perguntou “vocês não perceberam que ele passou o dia inteiro me chamando?”

"negôô"
"negôô"

Essa já é a segunda surpresa desse tipo que recebemos num domingo de manhã.