Uma pausa na nossa programação normal para acompanharmos o relato de um incauto aventureiro que teve o previlégio de presenciar um evento de grande importância da cultura local: o Baile do Havaí.
Minha Noite no Havaí
Palms Springs – TO, 01 de novembro de 2008.
Na cidade era só esse o comentário, o Havaí estaria entre nós, me sentia até confortado uma vez que tinha outros planos para a data e as surpresas do destino me fizeram mudar. Muita empolgação geral, a disputa de ingressos chegou até um inédito sequestro de 2 convites com pedido de recompensa por pistas sobre seu paradeiro. Isso mesmo, vou explicar!
Na véspera do evento histórico eu e outros guerreiros da tribo estavamos em um dos bares da cidade quando fomos abordados pela organização do baile no Havaí. Ávidos como sempre por um programa de gosto duvidoso, movidos pelo fascínio que as diversidadades culturais representam e num ímpeto incontrolável meu amigo adquire logo uma reserva de mesa com direito a 4 entradas que em ato de surpreendente bondade ele distribui entre os irmãos tribais.
Chegada a hora de sair do bar, acabamos por esquecer 2 dos preciosos convites do majestoso evento sobre a mesa que ocupávamos, os quais só notamos a falta no dia seguinte. Retornamos então ao local do desaparecimento e abordamos com uma sutileza digna da polícia carioca a moça que gentilmente nos atendia na noite anterior.
” Sim, confesso que fiquei com um deles, o outro um homem que levou!” Questionou então o assessor jurídico da tribo neste caso fazendo papel do lendário Cap. Nascimento. “Então, você vai devolver ele?” E a resposta: “posso até devolver, mas o que vocês me darão em troca como recompensa.” Pronto, estava caracterizado o primeiro pedido de resgate por um ingresso de festa que se tem notícia no Brasil! Para encerrar o caso entendemos que a recompensa (na verdade um castigo) seria a mesma ficar com o ingresso pra ela e assim o fizemos.
Chegou a hora!! Rumo ao Havaí, a comitiva dos guerreiros da tribo parte em 3 veículos numa sensacional carreata que muitos canditados a prefeito invejariam… Ainda nas proximidades do local nos confraternizamos com outros companheiros de eventos tribais, estavam presentes alguns dos Ava-lagazuis* e a cacique da tribo Ipekrenak*.
Na entrada recebi um colar ” havaiano” ridículo que mais caracteriza os nativos da Polinésia, mas tudo bem… Nota 6 para a organização no quesito fantasia. Esse grau de exigência com tudo que estou adquirindo tá me fazendo lembrar de uma amiga da tribo Dumondoxacali** que fica buscando a perfeição e inclusive esse hábito de ficar escrevendo… Temo ficar igual, isso deve ser contagioso. Falando nela, foi embora nesse momento, seduzida pelos prazeres e facilidades que a civilização branca (e loira) oferece e com isso perderá todos os bônus do Programa Funai de Milhagens.
Entramos! O local quente e abafado com apenas uma saída me fez de verdade sentir no Havaí e na sensação que seus habitantes devem ter nas erupções vulcânicas e evacuação das áreas. Nota 9 para a organização no quesito harmonia com o enredo.
Não podia faltar uma mesa de frutas e lá estava, notei logo a ausência de abacaxis (o Havaí tem um dos maiores índices de produtividade do mundo). Não tinha abacaxi mas tinha a nectarina e as maçãs, de clima sub temperado, os havaianos devem conhecer só por foto. Nota 2 em alegoria e adereços e mais uma vez me lembro da minha amiga exigente.
O clima havaiano estava muito bem, o único movimento que eu fazia de levar o copo até a boca me fazia suar em bicas. Logo descobrimos o melhor, mais confortável e mais disputado local da festa: o lado de fora.
Chamada para a banda, “Meninos da Cohab” (deve ser a sigla para Conjunto Havaiano do Brasil) e entramos novamente nas áreas em erupção para acompanhar. O som estridentende e sem acústica alguma associado aos havaianos que se esbaldavam em danças mesmo com o risco de uma desidratação eminente era tudo que eu precisava, que eu precisava para decidir voltar para casa (de onde não sei se devia ter saído). Notas 3 para bateria e 4 em evolução.
E até o próximo já anunciado para dia 22/11: “Fest Funk”… Na entrada o que receberemos? Uma camisa do Vasco, um colete a prova de balas ou uma corrente para o pescoço?
Autor desconhecido
*piada interna.
**sim, sou eu.